Impacto Ambiental e Risco Ambiental: Diferenças, Exemplos e Importância na Gestão Sustentável
Tu sabes qual a diferença entre impacto ambiental e risco ambiental? Embora pareçam semelhantes, esses conceitos são fundamentais para compreender a gestão ambiental no Brasil. Neste artigo, vamos esclarecer essas diferenças com exemplos práticos, embasamento legal atualizado e uma abordagem simples para facilitar sua compreensão sobre esse tema ambiental que é tão importante para nossa sociedade, que muitas vezes a ignora.
Gestor Ambiental Johnatan Pierre
4/27/20254 min read
O Que é Impacto Ambiental?
Impacto ambiental é qualquer alteração, positiva ou negativa, no meio ambiente provocada por atividades humanas. Essa definição está prevista na Resolução CONAMA nº 001/1986, que considera como impacto toda mudança nas propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente resultante de projetos ou empreendimentos.
Exemplo prático:
A construção de uma estrada em área de mata nativa gera impactos ambientais como o desmatamento, alteração do solo e fragmentação de habitats. Por outro lado, o plantio de árvores em áreas degradadas gera um impacto positivo, ao promover a recuperação ambiental.
Características do Impacto Ambiental
Pode ser positivo (ex.: reflorestamento) ou negativo (ex.: poluição de rios).
A magnitude do impacto varia de acordo com a dimensão da atividade.
A avaliação é feita por meio do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
Legislação Aplicável
Além da Resolução CONAMA nº 001/1986, a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981) estabelece instrumentos como o licenciamento ambiental, que exige a análise prévia dos impactos antes da instalação de qualquer atividade potencialmente poluidora.
Importante: O licenciamento é obrigatório para atividades como mineração, grandes obras civis, usinas hidrelétricas e loteamentos urbanos.
O Que é Risco Ambiental?
Risco ambiental é a probabilidade de um evento causar dano ao meio ambiente. Ou seja, trata-se de uma ameaça potencial e não necessariamente de um dano efetivo.
Exemplo prático:
Uma refinaria de petróleo próxima ao litoral tem um risco ambiental elevado de derramamento de óleo, o que poderia afetar ecossistemas marinhos.
Características do Risco Ambiental
Está associado à incerteza e à possibilidade de danos.
Relaciona-se a eventos como vazamentos de substâncias tóxicas, explosões, rompimento de barragens, entre outros.
Depende de três fatores:
Periculosidade do agente (se é tóxico, inflamável, etc.)
Exposição (quantidade e frequência de contato)
Vulnerabilidade do meio afetado (sensibilidade dos ecossistemas)
Legislação Aplicável
O Decreto nº 10.088/2019, que atualiza dispositivos da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, reforça a necessidade de identificar riscos ambientais para prevenir desastres.
Além disso, a Lei nº 12.334/2010 (Política Nacional de Segurança de Barragens) determina que empreendimentos que oferecem risco devem manter Planos de Segurança e de Ação de Emergência.
Importante: A gestão de riscos é obrigatória no licenciamento ambiental para atividades classificadas como de "significativo risco ambiental", conforme a classificação do órgão ambiental licenciador.
Impacto Ambiental vs. Risco Ambiental: As Principais Diferenças
Embora ambos os conceitos estejam relacionados ao meio ambiente e à atividade humana, eles apresentam diferenças fundamentais:
Um Exemplo Comparativo
Construção de uma barragem:
Impacto Ambiental: Modificação da paisagem, perda de biodiversidade, mudanças no curso do rio.
Risco Ambiental: Possibilidade de rompimento da barragem, causando inundações e mortes.
A Importância de Avaliar Ambos no Licenciamento Ambiental
O licenciamento ambiental exige que tanto os impactos quanto os riscos sejam identificados, avaliados e controlados. De acordo com a Lei Complementar nº 140/2011, que organiza as competências ambientais no Brasil, estados, municípios e União podem licenciar diferentes tipos de empreendimentos conforme o porte e o potencial de impacto ou risco.
Exemplo prático:
Uma empresa de transporte de produtos químicos deve apresentar:
EIA/RIMA abordando os impactos diretos da operação (como poluição sonora e atmosférica).
Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR) para lidar com possíveis acidentes de transporte.
Como Minimizar Impactos e Reduzir Riscos Ambientais?
Existem diversas estratégias adotadas pelas empresas para reduzir seus efeitos negativos no meio ambiente e a chance de desastres:
Medidas de mitigação: ações que buscam reduzir a intensidade dos impactos, como plantio compensatório e recuperação de áreas degradadas.
Medidas de prevenção: instalação de barreiras físicas, manutenção periódica de equipamentos, treinamento de pessoal.
Planos de emergência: criação de protocolos para agir rapidamente em caso de acidentes.
Tecnologias limpas: adoção de processos produtivos mais eficientes e menos poluentes.
Exemplo prático:
Uma indústria química instala sensores de vazamento e treina sua equipe para agir imediatamente em caso de emergência, minimizando o risco ambiental.
A Responsabilidade Ambiental e a Reparação de Danos
A responsabilidade ambiental no Brasil é objetiva, conforme o artigo 14 da Lei nº 6.938/1981. Isso significa que o causador do dano responde independentemente da existência de culpa.
Além disso, a reparação dos danos é obrigatória. Quando um impacto negativo ocorre ou um risco se concretiza em acidente, o responsável deve:
Corrigir o dano.
Compensar perdas ambientais irreparáveis, se necessário.
Pagar indenizações, conforme a legislação civil e ambiental.
Importante: A responsabilização também pode ser criminal, como previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
Conclusão
Entender a diferença entre impacto ambiental e risco ambiental é essencial para quem atua ou se interessa pela área ambiental. Enquanto o impacto se refere a uma alteração já ocorrida no meio, o risco aponta para a possibilidade de dano futuro.
A legislação brasileira é clara quanto à necessidade de avaliar, prevenir e reparar ambos os conceitos, buscando garantir um desenvolvimento sustentável e a proteção dos recursos naturais para as futuras gerações.
Empresas, órgãos públicos e a sociedade em geral têm um papel fundamental nesse processo, adotando práticas responsáveis e exigindo que normas ambientais sejam respeitadas.
Referências :
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas lesivas ao meio ambiente.
BRASIL. Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010. Estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens.
BRASIL. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas para a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
CONAMA. Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
BRASIL. Decreto nº 10.088, de 5 de novembro de 2019. Regulamenta a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.


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